. Considerações finais
Com base nestas considerações e/ou alternativas, levantadas pelos diversos autores pesquisados, entendemos que não devemos apenas refletir/aprofundar sobre as repercussões da tecnologia na vida humana, sejam elas positivas ou negativas, mas sim avançar na perspectiva da construção de caminhos que levem a uma verdadeira "redução sociológica" das inovações e assim tornar as tecnologias adaptadas e por conseqüência aceitas socialmente. É sob esta ótica que vemos a educação como o caminho para a mobilização, para a formação de uma consciência crítica, destacada por Acevedo (1996) e de suma importância frente aos impactos sociais originados pela tecnologia, uma consciência que lhes permita a participação pública e uma ação social efetiva.
Destacamos a educação como o caminho, não desejando trabalhar aqui uma visão reducionista de que tudo se resolve através dela, mas com a certeza de que de uma forma ou de outra a solução passa pela educação. O que se propõe é uma educação que extrapole os muros da escola em todos os níveis, alcançando a sociedade na sua plenitude envolvendo aqueles que tem acesso quanto aqueles que não tem acesso aos bancos escolares, tendo como intento ampliar e aprofundar o diálogo com as ciências sociais, levando à reflexão e a transformação cultural frente os avanços tecnológicos. Uma educação que envolva tanto produtores como usuários de tecnologias, pois não é somente aos técnicos - “especialistas” - que afeta o que tecnologicamente fazemos com nosso habitat.
É necessário que se faça uma educação voltada a conscientizar os técnicos de que é urgente questionar sobre o tipo de mundo que queremos construir, e que os estudos que desenvolvem serão aplicados em favor ou contra a construção do mundo que esperam. Pois, o cientista é também cidadão, sendo assim, não pode ser indiferente no seu trabalho, procurando sempre que as suas descobertas não comprometam a existência e a integridade dos seres humanos, nem os meios que eles precisam para se desenvolver normalmente no planeta (Acosta-Hoyos; Guerrero, 1985).
Na busca da redução ou eliminação do sonambulismo tecnológico, o que propomos é uma educação que envolva tanto o âmbito formal quanto o popular. Neste sentido, além de superar a visão de túnel dos especialistas, o que se pretende é desenvolver a cidadania da população. Desenvolvimento este que os leve a refletir sobre o seu papel no mundo e o papel daqueles que detêm o poder em suas vidas, de modo a tomarem consciência do que esperam do mundo/país onde vivem e como se vêm nesse mundo, resultando numa maior participação nas decisões que envolvem a sua vida enquanto cidadãos.
Assim sendo, seja na educação tecnológica, na formal e/ou na popular, o que se propõe neste ensaio é um esforço dos educadores em busca de uma educação orientada para a reflexão da realidade que leva à conscientização, seguida da participação efetiva na sociedade, processo que tem como resultado uma mudança cultural.
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