Como
ensinar a alunos com deficiência intelectual, numa perspectiva inclusiva?
O professor
não pode limitar sua prática com esses
alunos ao exercício de treinos repetitivos, voltados para as suas funções
sensoriais e motoras.
Ensinar a alunos com deficiência intelectual depende
da metodologia de cada docente, pois ele tem que ser um pesquisador, demonstrar credibilidade em seu alunado, saber
ensiná-lo não só os conteúdos curriculares, mas principalmente, os saberes
indispensáveis para que este consiga trilhar seus caminhos na vida, na condição
de cidadãos que são.
Uma das
formas mais fácil desse aluno aprender é através do brincar, onde a criança
poderá desenvolver sua coordenação
motora, suas habilidades visuais e auditivas e seu raciocínio criativo As crianças deficientes, que têm
um menor grau de comprometimento em seu desenvolvimento cognitivo, também
aprendem por imitação, contudo, freqüentemente necessitam ligeira ajuda para
torná-las mais inquisitivas.
Já as crianças com maior grau de comprometimento em seu desenvolvimento cognitivo necessitam que lhes ensinem muita coisa e nesses casos a imitação quase não funciona. É necessário ensinar a tarefa em si e mostrar que o processo é divertido.
Já as crianças com maior grau de comprometimento em seu desenvolvimento cognitivo necessitam que lhes ensinem muita coisa e nesses casos a imitação quase não funciona. É necessário ensinar a tarefa em si e mostrar que o processo é divertido.
Na brincadeira a criança deve respeitar as
regras, submeter-se à disciplina, participar de equipes, aprender a ganhar e a
perder. As regras do jogo têm que ser bem explicadas, com poucas palavras e de
forma bem clara. Precisará de apoio para conformar-se a perder, ou a ganhar, sem
ufanar-se muito, a respeitar as regras e a controlar-se.
Vejamos um exemplo. Digamos que o professor
leia, em certo material, uma sugestão de atividade que auxilie a aprendizagem
de conceitos de números: “Para ensinar alunos com deficiência intelectual a
contar, coloque-os em um grupo pequeno, de, no máximo, dois ou três
participantes, e ofereça a eles material concreto, como peças de encaixe.
Solicite que, juntos, construam torres com diferentes números de andares”. Essa
proposta não faz o menor sentido quando é aplicada sem qualquer
contextualização. Por quê? Por vários motivos. Primeiramente, ela não leva em
conta uma série de fatores que o professor sempre deve ter em mente antes de
planejar uma aula: os colegas aceitam bem a convivência com a criança com DI?
Essa é uma atividade significativa para esse grupo e, em especial, para o aluno
com DI? Esse grupo tem o hábito de trabalhar em sistema de cooperação? Como o
professor vai contextualizar e mediar essa atividade? Os estudantes têm o
conhecimento necessário para aprender esse conceito matemático? Caso os colegas
da criança com DI já saibam executar essa tarefa, eles farão o papel de
mediadores desse conhecimento para o colega que ainda não sabe?
Esse é apenas um exemplo de como
determinadas estratégias podem dar errado em sala de aula quando se parte de um
pressuposto equivocado: o de que a aprendizagem ocorre quando há a atividade
“certa” para um “tipo” de aluno. Muitos professores que têm alunos com DI em
suas turmas reclamam que já tentaram de tudo para ensiná-los e que nenhuma
sugestão se mostra eficaz quando aplicada a esses estudantes. De certa forma,
eles têm razão. Realmente, quando o educador enfoca apenas a estratégia sem
levar em conta que a aprendizagem é um processo, corre o risco de fazer várias
tentativas de ensinar um conteúdo sem que nenhuma delas resulte na aprendizagem
esperada. Por esse motivo, a pergunta “Como eu faço para ensinar tal conteúdo
para esse aluno?” não faz sentido quando dirigida a um livro ou a um
profissional que desconhece a realidade da sala de aula. Essa é uma pergunta que apenas o professor que conhece
seus alunos é capaz de responder as estratégias didático-pedagógicas como
ensinar os conteúdos) devem estar de acordo com os resultados dessa avaliação e
com o que será ensinado (currículo). Uma estratégia de ensino só faz sentido
dentro do contexto de cada sala de aula, com cada grupo em particular.
Citarei aqui algumas dicas que o
professor deve levar em conta ao
planejar suas aulas;
·
Passar
a informação do exercício de modo que possa ser assimilada com facilidade
§
Incluir
estratégias para evitar distrações e promover motivação
§
Promover
aprendizado de tarefas simples e progredir para complexas
§
Realizar
repetição do ato constantemente - Princípio da aprendizagem motora
§
Ao
mudar a tarefa sempre parta de algo de base já aprendido
§
Busque
sempre conhecimentos a cerca da patologia, conheça seu aluno, oriente os pais
ou cuidadores, realize seu trabalho de forma consciente e com amor.
É nesse ponto que o papel do professor se
mostra realmente insubstituível. Sendo ele a pessoa que mais convive com o
estudante em sala de aula, somente ele será capaz de determinar o ponto de
partida para sua turma. Por isso, apenas o professor pode saber qual o conteúdo
mais adequado para os seus alunos, em dado momento. Falhas na avaliação levam
fatalmente a falhas na escolha do conteúdo e das estratégias. O professor bem
preparado sabe disso. O objetivo geral da escola é proporcionar condições para
que todos os alunos obtenham conhecimentos significativos sobre o mundo que os
cerca. Saber quais são esses conhecimentos e se, de fato, eles são
significativos para os estudantes depende, é claro, de um processo de avaliação
eficaz.
O professor deve ter em mente que é
importante propiciar aos estudantes situações em que eles aprendam e sejam
bem-sucedidos. O bom desempenho é importante para todos, inclusive (e talvez
ainda mais) para aqueles que apresentam mais dificuldades. Conseguir demonstrar
seu potencial é importante porque é um fator que encoraja os alunos a superar
desafios. É isto que uma boa estratégia de ensino, qualquer que seja ela, deve
conseguir: promover algum grau de sucesso nos aprendizes para que eles se
sintam motivados a continuar a aprender.
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